
“Amigo” também era o nome de uma espécie de conta corrente da empreiteira vinculada ao ex-presidente. Ali, eram feitas as anotações de recursos que estariam diretamente relacionadas ao Todo-Poderoso do PT. É o caso dos R$ 50 milhões doados à campanha de Dilma, em 2014, ainda como pagamento de propina por Medida Provisória assinada por Lula, em 2009, que beneficiou a Brasken, do Grupo Odebrecht. Nesse caso, o acerto teria sido feito por Guido Mantega.
Mas há mais. E é neste ponto que a situação pode se complicar para Lula — como se já fosse simples. Marcelo relatou o pagamento ao próprio Lula, em espécie, de R$ 13 milhões. “Em espécie”, como vocês sabem, quer dizer dinheiro vivo. Nas anotações da Odebrecht, essa grana aparece associada ao “Plano B” — referência a Branislav Kontic, assessor de Palocci, e está dividida em seis parcelas.
O Instituto Lula deu a seguinte resposta à reportagem: “Lula não tem nenhuma relação com qualquer planilha na qual outros possam se referir a ele como “Amigo” (…) Por isso não lhe cabe comentar depoimento sob sigilo de Justiça vazado seletivamente e de forma ilegal.”
Na semana passada, bateu um pânico bravo no comando do PT. Palocci estaria, digamos, fraquejando e pensando em fazer delação premiada. Até agora, não se tem confirmação nenhuma. Uma coisa é certa: se não o fizer, a chance de amargar muito tempo em regime fechado é gigantesca.
Por que o PT se preocupa? Bem, gente com o tamanho de Palocci, ao delatar também para cima, só pode atingir uma pessoa: adivinhem quem.
Outro dado deixa os petistas especialmente incomodados: essa acusação não vincula o dinheiro a operações partidárias, como os R$ 50 milhões em propina que teriam ido para a campanha de Dilma. Os R$ 13 milhões ficam com jeito de grana repassada para, digamos, o fluxo de caixa do indivíduo Lula.
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