Novas regras para cartões de crédito começam a valer a partir de amanhã
Agora, os consumidores não poderão passar mais de um mês com dívidas no rotativo
As regras para o pagamento da fatura do cartão de crédito vão mudar a partir de amanhã. Agora,
os consumidores não poderão passar mais de um mês com dívidas no rotativo. Se uma
pessoa pagar somente o mínimo permitido, ela deverá quitar ou renegociar a dívida no mês seguinte. Os bancos serão obrigados a oferecer uma
alternativa de parcelamento se os consumidores não conseguirem
pagar o valor pendente.
As novas medidas, editadas em janeiro pelo Conselho
Monetário Nacional (CMN), foram estabelecidas para evitar que o consumidor
entre na bola de neve dos juros do rotativo, que são os maiores do mundo e
chegam a 481,5% ao ano, conforme dados do Banco Central (BC). A expectativa do
governo é que as taxas de juros caiam pela metade e o cliente fique
por menos tempo no rotativo. Com as mudanças, os compradores precisam quitar a
dívida do cartão de crédito, com recursos próprios ou por uma linha de crédito
mais barata, ou parcelam o valor total de acordo com as condições dos bancos.
As novas regras valem para cartões de todas as bandeiras, de bancos e os de
lojas comerciais que estejam vinculadas com instituições financeiras.
A partir de amanhã, o saldo pendente do rotativo pode ser parcelado em até 24 vezes, com condições que
ficam a critério de cada banco. As instituições financeiras vão praticar juros
de parcelamento que variam de 0,99% a 9,99% ao mês. No caso do rotativo, os
principais bancos vão aplicar taxas entre 1,92% a 17,25% ao mês.
Sem garantias
Alguns especialistas olham as novas regras com resistência. Ione Amorim,
economista do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), afirma que
as condições não impedem que os consumidores entrem em uma bola de neve, porque
as pessoas podem utilizar o cartão de crédito normalmente se precisar parcelar
a dívida. “O consumidor vai pagar o valor mínimo num mês e parcelar no mês
seguinte. Mas ele poderá continuar usando o cartão e pode fazer novas dívidas.
Ele pode parcelar mais de uma dívida e, em alguns meses, ele estará pagando a fatura e acumulando várias parcelas
anteriores. Será complexo para o cliente e para os próprios bancos manter o
controle disso”, avalia a especialista
“As taxas do parcelamento não são tão altas em comparação com o rotativo, porém
são bastante altas. Se o banco tiver um rotativo de 1.150% ao ano, nada impede
que ele cobre juros de 1.000% ao ano no parcelado. Isso porque não há
nenhum regulamento que limite os juros no país”, declara Renata representante do Proteste. Com o aumento do
risco do calote, as taxas do parcelamento bateram o maior índice da série
histórica, iniciada em março de 2011. Subiram de 161,9% em janeiro para 163,5%
em fevereiro, segundo o BC.
Fonte: em.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário
DEIXE AQUI O SEU COMENTÁRIO.