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terça-feira, 25 de julho de 2017

MODAKA: CHOCOLATE GOURMET PRODUZIDO EM BARRO PRETO NO FESTIVAL INTERNACIONAL DO CHOCOLATE


A região cacaueira baiana produziu cerca de 106 toneladas de amêndoa de cacau na safra 2015-2016, ajudando a alimentar uma cadeia produtiva que movimenta R$ 12 bilhões. Os números são da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac). Só para se ter uma ideia, o Brasil é o terceiro maior consumidor de chocolate do mundo e o quinto produtor do planeta. 

A seca nas últimas duas safras prejudicou a produção por aqui, mas a região cacaueira baiana ainda é responsável por cerca de 60% do fruto produzido em todo território nacional. Principal produto agrícola do Sul da Bahia, o fruto é a estrela da nona edição do Chocolat Bahia - Festival Internacional do Chocolate e Cacau, que termina hoje e, por quatro dias, discutiu o futuro dessa indústria no Centro de Convenções de Ilhéus.
“Temos o maior evento profissional dessa área reunindo consumidores, especialistas e produtores, uma oportunidade para discutir a industrialização, a verticalização da produção e, consequentemente, a melhoria da qualidade das amêndoas de cacau selecionado e produto final elaborado”, pontua Marco Lessa, idealizador do projeto e organizador do evento.
CACAU CABRUCA

Dono da marca Modaka, Fernando Botelho é produtor de cacau, cultivado na Fazenda São José, localizada no município de Barro Preto, Bahia. Denominada cidade CACAU CABRUCA, Barro Preto é a segunda cidade mais preservacionista do Brasil e a primeira da Bahia, segundo a SOS Mata Atlântica.

A Fazenda São José é um verdadeiro santuário ecológico. Abriga um rico patrimônio ambiental, possuindo diversas nascentes e mais de 4.000 árvores nativas e exóticas, que convivem com as plantações de cacau no tradicional sistema de produção CABRUCA.
O nosso cacau tem predominância dos grupos Forasteiro (pará, parazinho e maranhão) e Trinitário, obtidos do cruzamento entre os Crioulos e Forasteiros, produzindo um chocolate com notas frutadas e amadeiradas.
O processo de beneficiamento do cacau envolve a colheita, quebra, fermentação em coxos de madeira com revolvimento constante, secagem ao sol em barcaças, limpeza e seleção das amêndoas gourmet. Tudo sob a rigorosa supervisão da família Viana Lima.
Posteriormente, as amêndoas selecionadas são encaminhadas à fábrica Modaka, onde tem início a alquimia do chocolate. Lá, as amêndoas passarão por novas etapas de beneficiamento a baixas temperaturas, para preservar o seu sabor, aroma e propriedades medicinais.
“O chocolate de origem, ou de verdade, tem uma qualidade superior. Sua produção parte de 35% de cacau, há uma preocupação com todas as etapas pós-colheita do fruto, com a preservação ambiental, no manejo da cabruca, que preserva a Mata Atlântica. Existe toda uma preocupação que o produtor que vende para a grande indústria não tem. Ele acaba pulando etapas porque o valor pago não compensa”, explica Botelho.
Diferenciado
O mercado de chocolate de origem ainda é muito pequeno. Os dados variam, mas, ainda não passam de 1% da produção nacional, mas isso não impede que essa indústria, formada por pequenas e médias empresas, continue crescendo. Só para se ter uma ideia, 30 marcas de chocolate de origem do Sul da Bahia e Amazônia participam com estandes do festival este ano, cinco delas estreando no evento, inclusive.
“O  cacau comum é produzido em 2, 3 dias. Nós levamos quase 30 dias, entre colher, deixar os frutos maturarem, secar na barcaça, selecionar tamanhos. É um processo rigoroso, inclusive na lavoura, onde utilizamos um  manejo orgânico e biodinâmico”, explica.

Regulamentação
Caso seja aprovado, o projeto de lei (PLS 93/2015) de autoria da senadora Lídice da Mata (PSB-BA) deve mudar a forma como o brasileiro consome chocolate e aproximar a qualidade do comum com o de origem. O texto não só define o percentual mínimo de 35% de cacau para que um produto seja considerado chocolate como prevê, ainda, que o teor deva constar do rótulo. Atualmente, produtos autodenominados “chocolates” não obedecem às especificações técnicas, como o percentual mínimo de 25% de cacau determinado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

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